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CFP | ARTis ON n.11 (2021) | Excesso e Insuficiência do vídeo. Questões atuais

pub: 20 de Janeiro de 2021

Submissão de artigos até 30 de Maio de 2021

 

CFP | ARTis ON n.11 (2021) | Excesso e Insuficiência do vídeo. Questões atuais

 

O próximo número da revista ARTis ON do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa intitulado Excesso e Insuficiência do vídeo. Questões atuais é dedicado ao papel que este meio desempenha nas atuais práticas artísticas.
Editor: Pedro Lapa.

Alexandre Estrela, Stargate 2002. Cortesia do artista


O excesso definido pelo recurso ao vídeo nos anos 2000 não definiram contudo uma qualquer unidade do meio, quebrada por preocupações tão distintas como a recusa do high-tec e o recurso ao obsoleto, a memória e o arquivo, o found footage manipulado ou a relação entre o documentário e a ficção. O vídeo tornou-se um meio artístico privilegiado e a sua remissão para uma diversidade de práticas culturais, que confrontou criticamente, devolveu a insuficiência estruturante de um agente de teste do mundo contemporâneo.
 

A partir de 2010 assistimos a uma transformação desta configuração e o vídeo surge integrado em conjuntos e assemblages heterogéneas. As atuais instalações são constituídas por objetos, documentos, imagens, elementos que guardam a sua independência e se relacionam entre si de formas particulares ou mesmo obscuras. A seleção destes elementos no conjunto suscita conflitos, epistemologias diversas e novas ontologias. É no seio desta heterogeneidade que o vídeo tem um lugar entre outros agentes (Pierre Huyghe, Jenna Sutela, Laure Prouvost, Slavs and Tatars, Neïl Beloufa, Pedro Barateiro). O seu agenciamento é então o produto de um conjunto diferenciado, estando a sua efetividade distribuída por este campo ontologicamente heterogéneo. Como cada elemento/actante mantém uma componente desligada do conjunto da instalação, pelo que o vídeo salvaguarda uma eficácia própria, nos casos mais radicais suscetível de iteração para novos contextos. Neste sentido participa num agregado não totalizável, ainda que se conecte com os outros actantes. Esta porosidade pode ser a manifestação atual da sua insuficiência. 
 

Por outro lado, os vídeos de outros artistas (Ed Atkins, Cécile B. Evans, Hito Steyerl, Ryan Trecartin, Gabriel Abrantes, Ursula Biemann, Clemens von Wedemeyer, Alexandre Estrela, Otolith Group) assumem a exclusividade ou a centralidade das projeções. Estas podem oscilar entre a CGI (computer generated image) de alta definição 8K ou a poor image reciclada vezes sem conta através da internet, todavia é a presença da imagem digital e as suas práticas sociais, políticas ou percetivas, os seus offs e a sua absorção do mundo, que manifesta um excesso que se dobra sobre uma ausência constitutiva. Como se a insuficiência do digital contribuísse para a sua regeneração contínua até à substituição das coisas, dos seres e das materialidades numa circulação infinita tornada a linguagem contemporânea, perigosamente determinada pela lógica do capital. A interrogação do excesso por estes artistas revela-se crítica e distanciada de uma suposta autossuficiência. Na hegemonia do digital levada à exaustão espreita-se para as possibilidades da não-identidade.  
 
Este número da revista ARTis ON procura levar a cabo uma reflexão sobre as questões suscitadas pelas atuais práticas do vídeo e das subsequentes considerações para a história da arte, não tanto nos seus antecedentes ou na história das neovanguardas mas sobretudo sobre as mais recentes realizações. 
 
Os artigos a submeter poderão articular os tópicos acima referenciados ou outros considerados significativos para o tema. Convidamos historiadores de arte, críticos de arte, curadores, artistas e demais interessados no tema a enviar os seus artigos até 30 de maio de 2021, segundo as normas da revista, que pode consultar em: 
http://www.artis.letras.ulisboa.pt/multimedia/ficheiros/publicacoes/ARTis%20ON%20-%20NORMAS%20DE%20PUBLICA%C3%87%C3%83O.pdf
 
Até 30 de setembro de 2021 serão comunicados os resultados das arbitragens.
 
Dentro do mesmo prazo, serão também aceites pequenos artigos destinados à secção Varia, que não terão que se subordinar ao tema central da revista.
 
Todos os materiais devem ser enviados para os seguintes endereços eletrónicos: 
 
A ARTis ON é uma revista em open access e indexada no DOAJ, ERIH PLUS, CROSSREF, LATINDEX, CAPES, DRJI, MIAR, EBSCO e REDBID. 
 

 

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